Os títulos verdes ou “green bonds” representam um instrumento importante para estimular o desenvolvimento sustentável, direcionando os recursos para projetos ambientais ou climáticos.
A pauta ESG está em alta no mercado financeiro.
Cada vez mais as empresas estão adotando esse novo modelo de gestão e os investidores dando preferência para os negócios alinhados com parâmetros ambientais, sociais e de governança.
O mercado de capitais sempre foi uma importante ferramenta para o financiamento de projetos, entre eles os socioambientais.
Os instrumentos financeiros sustentáveis podem trazer benefícios tanto para empresas e investidores quanto para o mercado e a sociedade.
Um exemplo de tais instrumentos são os green bonds, em português, títulos verdes, que nada mais são do que títulos de dívidas para financiar projetos com algum impacto ambiental positivo.
O mercado de títulos verdes está crescendo rapidamente no mundo, principalmente entre a nova geração de investidores.
Só em 2019, o mercado brasileiro de títulos verdes movimentou US$ 1,2 bilhão, de acordo com a Climate Bonds Initiative (CBI).
Foi o segundo melhor ano da série histórica, iniciada em 2015, e quase seis vezes mais que o valor registrado no ano anterior.
Neste artigo você vai aprender mais sobre os green bonds, mais um tipo de investimento que une a preocupação ambiental com o retorno positivo dos investimentos.
Saiba o que são títulos verdes e como investir.
O Que Você Verá Neste Artigo:
Green bonds, ou títulos verdes, são títulos de renda fixa utilizados na captação de recursos para financiar exclusivamente projetos sustentáveis.
Como, por exemplo, energia renovável, eficiência energética, gestão sustentável de resíduos, projetos florestais, entre outros que causem impacto positivo do ponto de vista ambiental ou climático.
Quando os títulos visam mitigar especificamente os impactos das mudanças climáticas e emissões de gases de efeito estufa (GEE), são frequentemente denominados no mercado mundial como Climate Bonds.
Na prática, os green bonds funcionam como títulos de dívidas tradicionais. A diferença está no destino dos recursos captados.
Os títulos verdes podem ser emitidos tanto pelo setor privado, como por entidades financiadas pelos governos, como empresas estatais ou de economia mista ou bancos de desenvolvimento.
Eles também não ficam limitados a um tipo específico de ativo.
No Brasil, os seguintes instrumentos financeiros tem potencial de enquadramento como Títulos Verdes:
Uma vez que os projetos verdes costumam ser de longo prazo, eles atraem investidores institucionais, tais como fundos de pensão, fundos de previdência, seguradoras e gestores de ativos de terceiros (asset managers).
Os títulos verdes são uma forma das empresas captarem recursos no mercado de capitais para financiar seus projetos sustentáveis.
Em tese, qualquer ativo do mercado de renda fixa pode ser verde, desde que contribuam com o ambiente socioambiental e que esta seja mensurável e verificada.
Se algum ativo emitido com o green bond descumprir com algum processo previsto, ele perde a característica de ser sustentável e se mantém apenas como um título tradicional.
A emissão de Green Bonds possui particularidades em relação às emissões tradicionais e requer a participação de um agente específico, chamado second opinion.
Second opinion são instituições que avaliam e atestam as características de sustentabilidade dos projetos para os quais os recursos captados serão destinados.
No Brasil, as empresas que decidirem por emitir Títulos Verdes devem enviar os projetos à FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) e ao CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável).
Estas duas instituições são as responsáveis por avaliar o propósito e sua elegibilidade com as causas socioambientais.
Veja abaixo os participantes do processo de emissão de Green Bonds:
Depois de aprovado, os títulos são lançados ao mercado e ficam disponíveis para os investidores.
O processo de compra é igual ao de investimentos tradicionais.
Para o emissor, os custos da emissão são maiores do que o de um título de dívida comum.
Além de contratar uma consultoria externa para acompanhar a alocação dos recursos, a empresa precisa criar uma estrutura interna de fiscalização, o que encarece a operação.
Em mercados mais maduros em Green Bonds, como a Europa, há benefícios fiscais que compensam esses custos maiores.
Apesar dos custos, ao optar pelos green bonds a empresa ganha em reputação, uma vez que os princípios ESG são vistos com bons olhos pelos investidores.
Os valores arrecadados com os green bonds devem ser utilizados para fins que causem um impacto positivo ao meio ambiente e social.
Segundo o manual de investimentos da FEBRABAN e CEBDS, os principais destinos são:
Os títulos verdes são semelhantes aos títulos de dívida tradicionais encontrados no mercado de renda fixa.
A diferença está na destinação dos recursos que está vinculada a projetos sustentáveis.
Apesar de os recursos captados serem destinados a projetos socioambientais, os rendimentos oferecidos aos investidores são compatíveis com os demais títulos tradicionais disponíveis no mercado.
Veja na tabela abaixo as características dos green bonds e dos títulos de dívida tradicionais:
Comparação entre títulos verdes e títulos convencionais | ||
Características | Títulos Verdes | Títulos Convencionais |
Títulos de dívida | SIM | SIM |
Pagam cupom periódico ou no vencimento | SIM | SIM |
Podem receber nota de rating de crédito | SIM | SIM |
Tipologia de acordo com garantia da dívida | SIM | SIM |
Financiamento ou refinanciamento | SIM | SIM |
Recursos destinados para Projetos Verdes | SIM | EVENTUALMENTE |
Rotulados como “verdes” | SIM | NÃO |
Nível de transparência sobre o uso dos recursos nos Projetos Verdes | SIM | NÃO |
Credenciais verdes do projeto recebem avaliação externa | SIM | NÃO |
As primeiras emissões estruturadas de Green Bonds ocorreram em 2007, por iniciativa do European Investment Bank (EIB) e World Bank.
Na época foram emitidos EUR 600 milhões em títulos verdes em resposta à demanda de fundos de pensão por projetos socioambientais.
Desde a primeira emissão, denominada Climate Awareness Bond (CAB), o EIB já captou mais de EUR 3,4 bilhões.
O mercado mundial de Green Bonds cresce em ritmo acelerado, especialmente após 2013.
De acordo com a consultoria BloombergNEF, estes papéis foram responsáveis pela arrecadação de US$ 271 bilhões em 2019.
Mesmo assim, isso representa apenas 4% da emissão total de títulos no mundo.
Para a Moody’s, a pandemia deve acelerar a procura por investimentos ESG.
A agência de classificação de risco projeta que o mercado global de dívida verde chegue a US$ 400 bilhões este ano, uma alta de 60%.
Em 2015, foi a vez do Brasil estruturar a primeira operação de títulos verdes para fazer captações internacionais.
A BRF foi a empresa de estreia com captação de EUR 500 milhões.
Além dela, Suzano, AES Tietê e Taesa já entraram na lista de empresas brasileiras que conseguiram captar investidores domésticos e internacionais com emissões de Green Bonds.
Apesar dos mais de US$ 20 bilhões captados pelos títulos verdes brasileiros, esse mercado ainda está em um estágio inicial no país.
Embora seja mais difícil encontrar investidores específicos e regulamentos dedicados a títulos verdes, o crescimento dos green bonds é esperado no Brasil.
Principalmente por sermos um país majoritariamente agroexportador e termos muito espaço para evoluir em relação à preservação do meio ambiente e ativos verdes.
Esse crescimento está vindo.
De 2014 a 2019, foram emitidos R$ 5,3 bilhões em títulos de dívida verde no Brasil, quase metade de tudo que foi levantado na América Latina.
Nesse período foram 52 green bonds de 38 emissores diferentes.
Só em 2019 o mercado brasileiro de títulos verdes movimentou US$ 1,2 bilhão, quase seis vezes mais que o registrado no ano anterior (US$ 209 milhões).
De acordo Climate Bonds Initiative (CBI) este foi o segundo melhor ano da série histórica, iniciada em 2015.
Em janeiro deste ano, o BTG Pactual estruturou um produto verde para um de seus clientes: a britânica Faro Energy.
Por meio de sua subsidiária brasileira, a geradora de energia captou R$ 15 milhões para financiar a construção de um projeto de energia eólica em Pirapora, no interior de São Paulo.
Em maio, o BV captou US$ 50 milhões na sua emissão de títulos verdes.
Os recursos vão financiar projetos específicos de geração eólica e compor a carteira de financiamento do banco para placas solares residenciais.
Os títulos verdes, assim como as companhias que atendem aos critérios do ESG tendem a apresentar algumas vantagens para os investidores como:
Os títulos verdes são investimentos com objetivos sustentáveis.
Uma consultoria especial avalia se o recurso será efetivamente investido nesses projetos;
Cada vez mais as empresas estão preocupadas com a redução da emissão de carbono, adoção de energia limpa e investimentos em sustentabilidade.
Essas práticas têm sido cobradas em conferências nacionais e internacionais.
A tendência de mercado é que as empresas com certificações de controle de emissão de poluentes irão se destacar, aumentando seu valor de mercado.
Empresas que se envolvem com causas sociais e ambientais tem aumentado consideravelmente seu valor de mercado.
No longo prazo, esses critérios sociais, ambientais e de governança corporativa tendem a ser cada vez mais fundamentais.
No último dia 5 de junho, o governo federal publicou o Decreto 10.387/20, estendendo os benefícios fiscais aos projetos de infraestrutura com impactos socioambientais positivos.
Segundo tais normas, os rendimentos das debêntures incentivadas de cunho social ou ambiental passam a ter incidência do imposto sobre a renda à alíquota de 0% para pessoa física residente ou domiciliada no país.
E 15%, quando auferidos por pessoas jurídicas.
Essa norma pode ajudar a desenvolver o mercado dos títulos verdes e de caráter social, os green e social bonds.
Diferentes títulos de dívida, como CRAs, CRIs e FIDCs, por exemplo, podem ser emitidos para estimular o crédito a projetos sustentáveis.
Para identificar os títulos certificados como verdes (Green Bonds) basta ler o prospecto das ofertas.
Verifique se na emissão daquele papel, existe algum propósito relacionado ao meio ambiente, e se ela possui um selo de certificação.
Desde novembro de 2018, as emissões de Green Bonds podem ser identificadas no ambiente da B3, inclusive na plataforma de negociação Trader.
Para ajudar a identificar companhias que se enquadram nos critérios ESG de responsabilidade ambiental, social e governança corporativa a B3 criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).
Para investir em títulos Green Bonds:
Escolha uma instituição que ofereça esse tipo de investimento (debêntures, CRI, CRA, etc)
Esse documento apresenta todas as informações importantes sobre a oferta, por exemplo, a destinação dos recursos, a remuneração prometida, prazos, e muito mais.
Os títulos de dívida costumam receber um rating, nota atribuída aos papéis por uma agência independente que busca avaliar o seu risco de crédito.
Essa nota indica se o produto envolve um risco de calote alto ou baixo.
Verifique sua tolerância ao risco de acordo com seu perfil de investidor. Faça aqui o teste online do perfil de investidor.
Depois de escolher o título verde que deseja investir, basta transferir o valor para a sua conta na corretora e executar a ordem de investimento.
Esses títulos possuem uma data de vencimento. Para não perder dinheiro, é aconselhável manter o investimento até a data estipulada.
Os Green Bonds são títulos de renda fixa sustentáveis que oferecem uma nova forma de diversificação de investimentos.
A preocupação socioambiental se reflete em empresas mais eficientes e, consequentemente, mais lucrativas.
O mundo está indo na direção dos bons padrões ESG e o investidor, ficando cada vez mais exigente.
Seja em títulos de dívidas ou ações, o parâmetro sustentável veio para ficar, possibilitando ao investidor alinhar a rentabilidade com um propósito ambiental e social.
*Edição IGSA
*Fonte de pesquisa: https://comoinvestir.thecap.com.br/green-bonds-o-que-sao-os-titulos-verdes/
Por: Green Bonds: O que são os títulos verdes, .
Os títulos verdes ou “green bonds” representam um instrumento importante para estimular o desenvolvimento sustentável, direcionando os recursos para projetos ambientais ou climáticos.
A pauta ESG está em alta no mercado financeiro.
Cada vez mais as empresas estão adotando esse novo modelo de gestão e os investidores dando preferência para os negócios alinhados com parâmetros ambientais, sociais e de governança.
O mercado de capitais sempre foi uma importante ferramenta para o financiamento de projetos, entre eles os socioambientais.
Os instrumentos financeiros sustentáveis podem trazer benefícios tanto para empresas e investidores quanto para o mercado e a sociedade.
Um exemplo de tais instrumentos são os green bonds, em português, títulos verdes, que nada mais são do que títulos de dívidas para financiar projetos com algum impacto ambiental positivo.
O mercado de títulos verdes está crescendo rapidamente no mundo, principalmente entre a nova geração de investidores.
Só em 2019, o mercado brasileiro de títulos verdes movimentou US$ 1,2 bilhão, de acordo com a Climate Bonds Initiative (CBI).
Foi o segundo melhor ano da série histórica, iniciada em 2015, e quase seis vezes mais que o valor registrado no ano anterior.
Neste artigo você vai aprender mais sobre os green bonds, mais um tipo de investimento que une a preocupação ambiental com o retorno positivo dos investimentos.
Saiba o que são títulos verdes e como investir.
O Que Você Verá Neste Artigo:
Green bonds, ou títulos verdes, são títulos de renda fixa utilizados na captação de recursos para financiar exclusivamente projetos sustentáveis.
Como, por exemplo, energia renovável, eficiência energética, gestão sustentável de resíduos, projetos florestais, entre outros que causem impacto positivo do ponto de vista ambiental ou climático.
Quando os títulos visam mitigar especificamente os impactos das mudanças climáticas e emissões de gases de efeito estufa (GEE), são frequentemente denominados no mercado mundial como Climate Bonds.
Na prática, os green bonds funcionam como títulos de dívidas tradicionais. A diferença está no destino dos recursos captados.
Os títulos verdes podem ser emitidos tanto pelo setor privado, como por entidades financiadas pelos governos, como empresas estatais ou de economia mista ou bancos de desenvolvimento.
Eles também não ficam limitados a um tipo específico de ativo.
No Brasil, os seguintes instrumentos financeiros tem potencial de enquadramento como Títulos Verdes:
Uma vez que os projetos verdes costumam ser de longo prazo, eles atraem investidores institucionais, tais como fundos de pensão, fundos de previdência, seguradoras e gestores de ativos de terceiros (asset managers).
Os títulos verdes são uma forma das empresas captarem recursos no mercado de capitais para financiar seus projetos sustentáveis.
Em tese, qualquer ativo do mercado de renda fixa pode ser verde, desde que contribuam com o ambiente socioambiental e que esta seja mensurável e verificada.
Se algum ativo emitido com o green bond descumprir com algum processo previsto, ele perde a característica de ser sustentável e se mantém apenas como um título tradicional.
A emissão de Green Bonds possui particularidades em relação às emissões tradicionais e requer a participação de um agente específico, chamado second opinion.
Second opinion são instituições que avaliam e atestam as características de sustentabilidade dos projetos para os quais os recursos captados serão destinados.
No Brasil, as empresas que decidirem por emitir Títulos Verdes devem enviar os projetos à FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) e ao CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável).
Estas duas instituições são as responsáveis por avaliar o propósito e sua elegibilidade com as causas socioambientais.
Veja abaixo os participantes do processo de emissão de Green Bonds:
Depois de aprovado, os títulos são lançados ao mercado e ficam disponíveis para os investidores.
O processo de compra é igual ao de investimentos tradicionais.
Para o emissor, os custos da emissão são maiores do que o de um título de dívida comum.
Além de contratar uma consultoria externa para acompanhar a alocação dos recursos, a empresa precisa criar uma estrutura interna de fiscalização, o que encarece a operação.
Em mercados mais maduros em Green Bonds, como a Europa, há benefícios fiscais que compensam esses custos maiores.
Apesar dos custos, ao optar pelos green bonds a empresa ganha em reputação, uma vez que os princípios ESG são vistos com bons olhos pelos investidores.
Os valores arrecadados com os green bonds devem ser utilizados para fins que causem um impacto positivo ao meio ambiente e social.
Segundo o manual de investimentos da FEBRABAN e CEBDS, os principais destinos são:
Os títulos verdes são semelhantes aos títulos de dívida tradicionais encontrados no mercado de renda fixa.
A diferença está na destinação dos recursos que está vinculada a projetos sustentáveis.
Apesar de os recursos captados serem destinados a projetos socioambientais, os rendimentos oferecidos aos investidores são compatíveis com os demais títulos tradicionais disponíveis no mercado.
Veja na tabela abaixo as características dos green bonds e dos títulos de dívida tradicionais:
Comparação entre títulos verdes e títulos convencionais | ||
Características | Títulos Verdes | Títulos Convencionais |
Títulos de dívida | SIM | SIM |
Pagam cupom periódico ou no vencimento | SIM | SIM |
Podem receber nota de rating de crédito | SIM | SIM |
Tipologia de acordo com garantia da dívida | SIM | SIM |
Financiamento ou refinanciamento | SIM | SIM |
Recursos destinados para Projetos Verdes | SIM | EVENTUALMENTE |
Rotulados como “verdes” | SIM | NÃO |
Nível de transparência sobre o uso dos recursos nos Projetos Verdes | SIM | NÃO |
Credenciais verdes do projeto recebem avaliação externa | SIM | NÃO |
As primeiras emissões estruturadas de Green Bonds ocorreram em 2007, por iniciativa do European Investment Bank (EIB) e World Bank.
Na época foram emitidos EUR 600 milhões em títulos verdes em resposta à demanda de fundos de pensão por projetos socioambientais.
Desde a primeira emissão, denominada Climate Awareness Bond (CAB), o EIB já captou mais de EUR 3,4 bilhões.
O mercado mundial de Green Bonds cresce em ritmo acelerado, especialmente após 2013.
De acordo com a consultoria BloombergNEF, estes papéis foram responsáveis pela arrecadação de US$ 271 bilhões em 2019.
Mesmo assim, isso representa apenas 4% da emissão total de títulos no mundo.
Para a Moody’s, a pandemia deve acelerar a procura por investimentos ESG.
A agência de classificação de risco projeta que o mercado global de dívida verde chegue a US$ 400 bilhões este ano, uma alta de 60%.
Em 2015, foi a vez do Brasil estruturar a primeira operação de títulos verdes para fazer captações internacionais.
A BRF foi a empresa de estreia com captação de EUR 500 milhões.
Além dela, Suzano, AES Tietê e Taesa já entraram na lista de empresas brasileiras que conseguiram captar investidores domésticos e internacionais com emissões de Green Bonds.
Apesar dos mais de US$ 20 bilhões captados pelos títulos verdes brasileiros, esse mercado ainda está em um estágio inicial no país.
Embora seja mais difícil encontrar investidores específicos e regulamentos dedicados a títulos verdes, o crescimento dos green bonds é esperado no Brasil.
Principalmente por sermos um país majoritariamente agroexportador e termos muito espaço para evoluir em relação à preservação do meio ambiente e ativos verdes.
Esse crescimento está vindo.
De 2014 a 2019, foram emitidos R$ 5,3 bilhões em títulos de dívida verde no Brasil, quase metade de tudo que foi levantado na América Latina.
Nesse período foram 52 green bonds de 38 emissores diferentes.
Só em 2019 o mercado brasileiro de títulos verdes movimentou US$ 1,2 bilhão, quase seis vezes mais que o registrado no ano anterior (US$ 209 milhões).
De acordo Climate Bonds Initiative (CBI) este foi o segundo melhor ano da série histórica, iniciada em 2015.
Em janeiro deste ano, o BTG Pactual estruturou um produto verde para um de seus clientes: a britânica Faro Energy.
Por meio de sua subsidiária brasileira, a geradora de energia captou R$ 15 milhões para financiar a construção de um projeto de energia eólica em Pirapora, no interior de São Paulo.
Em maio, o BV captou US$ 50 milhões na sua emissão de títulos verdes.
Os recursos vão financiar projetos específicos de geração eólica e compor a carteira de financiamento do banco para placas solares residenciais.
Os títulos verdes, assim como as companhias que atendem aos critérios do ESG tendem a apresentar algumas vantagens para os investidores como:
Os títulos verdes são investimentos com objetivos sustentáveis.
Uma consultoria especial avalia se o recurso será efetivamente investido nesses projetos;
Cada vez mais as empresas estão preocupadas com a redução da emissão de carbono, adoção de energia limpa e investimentos em sustentabilidade.
Essas práticas têm sido cobradas em conferências nacionais e internacionais.
A tendência de mercado é que as empresas com certificações de controle de emissão de poluentes irão se destacar, aumentando seu valor de mercado.
Empresas que se envolvem com causas sociais e ambientais tem aumentado consideravelmente seu valor de mercado.
No longo prazo, esses critérios sociais, ambientais e de governança corporativa tendem a ser cada vez mais fundamentais.
No último dia 5 de junho, o governo federal publicou o Decreto 10.387/20, estendendo os benefícios fiscais aos projetos de infraestrutura com impactos socioambientais positivos.
Segundo tais normas, os rendimentos das debêntures incentivadas de cunho social ou ambiental passam a ter incidência do imposto sobre a renda à alíquota de 0% para pessoa física residente ou domiciliada no país.
E 15%, quando auferidos por pessoas jurídicas.
Essa norma pode ajudar a desenvolver o mercado dos títulos verdes e de caráter social, os green e social bonds.
Diferentes títulos de dívida, como CRAs, CRIs e FIDCs, por exemplo, podem ser emitidos para estimular o crédito a projetos sustentáveis.
Para identificar os títulos certificados como verdes (Green Bonds) basta ler o prospecto das ofertas.
Verifique se na emissão daquele papel, existe algum propósito relacionado ao meio ambiente, e se ela possui um selo de certificação.
Desde novembro de 2018, as emissões de Green Bonds podem ser identificadas no ambiente da B3, inclusive na plataforma de negociação Trader.
Para ajudar a identificar companhias que se enquadram nos critérios ESG de responsabilidade ambiental, social e governança corporativa a B3 criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).
Para investir em títulos Green Bonds:
Escolha uma instituição que ofereça esse tipo de investimento (debêntures, CRI, CRA, etc)
Esse documento apresenta todas as informações importantes sobre a oferta, por exemplo, a destinação dos recursos, a remuneração prometida, prazos, e muito mais.
Os títulos de dívida costumam receber um rating, nota atribuída aos papéis por uma agência independente que busca avaliar o seu risco de crédito.
Essa nota indica se o produto envolve um risco de calote alto ou baixo.
Verifique sua tolerância ao risco de acordo com seu perfil de investidor. Faça aqui o teste online do perfil de investidor.
Depois de escolher o título verde que deseja investir, basta transferir o valor para a sua conta na corretora e executar a ordem de investimento.
Esses títulos possuem uma data de vencimento. Para não perder dinheiro, é aconselhável manter o investimento até a data estipulada.
Os Green Bonds são títulos de renda fixa sustentáveis que oferecem uma nova forma de diversificação de investimentos.
A preocupação socioambiental se reflete em empresas mais eficientes e, consequentemente, mais lucrativas.
O mundo está indo na direção dos bons padrões ESG e o investidor, ficando cada vez mais exigente.
Seja em títulos de dívidas ou ações, o parâmetro sustentável veio para ficar, possibilitando ao investidor alinhar a rentabilidade com um propósito ambiental e social.
*Edição IGSA
*Fonte de pesquisa: https://comoinvestir.thecap.com.br/green-bonds-o-que-sao-os-titulos-verdes/