O volume esperado de produção no País é equivalente ao dos anos de 2010 (813 milhões). “Não poderíamos ter tido um ano pior, em 2020. Para este ano, as projeções tanto de produção como de exportações são positivas”, diz Haroldo Ferreira, presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Em abril, pior mês para o setor, foram fechados 29,7 mil postos de trabalho no País. Já em setembro, melhor mês, foram gerados 11,4 mil postos. No Ceará, a recuperação do setor vem contribuindo para a melhora do nível de atividade industrial. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-Regional), divulgada pelo IBGE na semana passada, o segmento de “Artigos para Viagem e Calçados” cresceu 6,4% de outubro para novembro, sendo um dos principais destaques positivos da indústria cearense no mês. No ano, porém, até novembro, acumula queda de 16,3%.
Exportações
Em 2020, o setor calçadista cearense registrou uma queda de 14,5% nas exportações, em número de pares, e uma retração de 28,1% no valor das vendas em dólar. Ainda assim, nos dois indicadores, o Estado apresentou um desempenho melhor do que a indústria nacional, que exportou 18,6% a menos em número de pares e 32,3% a menos no valor em dólar. No acumulado de 2020, o Ceará exportou US$ 170,8 milhões em calçados.
“O Ceará é o segundo maior exportador do País e a perspectiva para 2021 é positiva para o Estado também. Essas projeções foram feitas considerando uma melhoria da competitividade do próprio Brasil no mercado internacional”, diz Ferreira. As exportações respondem por cerca de 15% das vendas do setor calçadista brasileiro e tem nos EUA o principal mercado.
Projeções
No início de 2020, a Abicalçados projetava um crescimento de 2,5% a 3% para o ano, até que em março teve início o fechamento do comércio no País. Considerando os dados até novembro, a entidade estima uma queda de 21,8% na produção de calçados ante 2019, com 710 milhões de pares produzidos, volume equivalente ao registrado em 2004 (721 milhões de pares).
Apesar do resultado, Ferreira diz que os números de novembro já foram superiores aos de novembro de 2019. “Isso foi bem positivo. Mas nas exportações, ao longo do ano, infelizmente tivemos uma queda de 32,2% em valor em dólar e de 18,6% no número de pares enviados ao exterior”.
Para este ano, as projeções da Abicalçados não consideram novos fechamentos da atividade econômica como ocorreu em 2020. “Essa projeção foi feita com base na fotografia do fim de 2020, e não leva em conta novos fechamentos do varejo. Se ocorrer um grande fechamento nos polos consumidores haverá reflexos na indústria calçadista como um todo. Só o estado de São Paulo consome de 40% a 45% da produção nacional”, diz o presidente da Abicalçados.
*Edição IGSA
*Fonte de pesquisa: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/negocios/industria-cearense-de-calcados-deve-crescer-14-neste-ano-1.3034585