Nos últimos meses, ganhou destaque na mídia um golpe milionário que atingiu aposentados e pensionistas do INSS. Diversos beneficiários identificaram descontos indevidos em seus benefícios, referentes a supostas “taxas associativas” às quais jamais autorizaram filiação ou pagamento.
Esse tipo de fraude, infelizmente, não é novidade, mas chama a atenção pela quantidade de pessoas prejudicadas e pela dificuldade de resolver o problema. Casos como esse evidenciam a necessidade de um bom planejamento previdenciário, que vá além da simples concessão da aposentadoria. Estar preparado significa não só escolher a melhor regra para se aposentar, mas também acompanhar de forma contínua o benefício e tomar medidas de proteção e controle financeiro.
A verificação dos descontos pode ser realizada através da plataforma “Meu INSS” com o mesmo acesso da conta GOV. Na aba “extrato de pagamentos” é possível conferir se há algum valor sendo descontado sem que o beneficiário tenha solicitado.
A pergunta é: o que fazer agora?
Esse é um momento de incertezas e inúmeras promessas de ressarcimento. Para cada caso é necessária uma análise minuciosa, mas algumas medidas cabíveis incluem:
-Interrupção de descontos indevidos;
-Pedido de ressarcimento judicial ou extrajudicial;
-Ações de indenização por danos materiais e morais;
-Restituição em dobro dos valores.
Importante ressaltar que o pedido de restituição dos valores descontados indevidamente deve observar o prazo máximo de cinco anos, conforme o prazo prescricional previsto no artigo 1º do Decreto nº 20.910/32, aplicável às demandas contra a Administração Pública. Após esse período, o direito de pleitear a devolução pode ser perdido. Por isso, é necessário tomar providências assim que identificar o desconto irregular, reunindo documentos e comprovantes que demonstrem a ausência de consentimento para a cobrança.
Além de medidas reativas, o ideal é adotar uma postura preventiva. Planejar a aposentadoria é também planejar a fase pós-aposentadoria. Isso inclui:
Golpes como esse reforçam o quanto o aposentado precisa estar atento e bem assessorado. O planejamento previdenciário é uma ferramenta que vai muito além dos cálculos e datas: ele envolve educação financeira, proteção contra abusos e segurança para aproveitar a aposentadoria com tranquilidade.
Descontos sem a autorização dos beneficiários já ocorrem há anos, mas a recente repercussão demonstra a urgência de medidas mais eficazes por parte dos órgãos públicos e das instituições financeiras envolvidas. Além disso, é fundamental que os beneficiários estejam atentos ao extrato de pagamento mensal, buscando apoio jurídico sempre que identificarem cobranças indevidas.
Por: Júlia Morgado, Sócia | Planejamento Previdenciário .
Sócia | Planejamento Previdenciário
Sou advogada e sócia da unidade IGSA Cariri. Atuo na área previdenciária com foco em soluções estratégicas e personalizadas. Concluí a pós-graduação em Direito e Prática Previdenciária pela Faculdade Metropolitana de São Paulo e atualmente curso Mestrado em Direito e Gestão de Conflitos pela Universidade de Fortaleza. Realizei formação em Mediação na Universidade de Columbia, em Nova Iorque. Também acumulo mais de 10 cursos na área previdenciária, incluindo temas como Planejamento Previdenciário, Contribuição em Atraso e Aposentadoria do Empresário.
Atuei por um ano e meio na Advocacia Geral da União, onde desenvolvi visão estratégica e aprofundada sobre o sistema previdenciário. Essa experiência fortaleceu minha capacidade de oferecer soluções eficazes e seguras aos clientes. No IGSA, aplico esse conhecimento para orientar líderes, reduzir riscos e promover segurança jurídica. Minha atuação combina técnica, inovação e sensibilidade, sempre com foco na rentabilidade e na proteção dos interesses dos nossos clientes.