A recente fiscalização da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que notificou 20 empresas de grande porte por não indicarem o Encarregado pelo tratamento de dados pessoais ou por oferecerem canais de comunicação ineficazes, reforça a importância da conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Essa exigência, prevista no Artigo 41 da lei, não é apenas um requisito técnico, mas um elemento essencial para garantir a transparência e a proteção dos direitos dos titulares de dados.
A figura do Encarregado de Dados é crucial para intermediar a relação entre os titulares e as organizações, permitindo que as pessoas exerçam direitos como acesso, correção e exclusão de dados. Sem essa interface, o processo se torna burocrático e ineficiente, comprometendo a confiança no tratamento de informações pessoais e, consequentemente, a reputação das empresas.
Além disso, um canal de comunicação funcional e acessível é indispensável para dar suporte aos titulares. A ausência de um canal adequado ou sua ineficácia prejudica tanto os consumidores quanto a própria ANPD, que depende dessas estruturas para fiscalizar e promover a conformidade com a LGPD.
A fiscalização também traz à tona um alerta: a negligência com essas obrigações pode resultar em penalidades severas, incluindo multas e advertências previstas no Artigo 52 da LGPD. Contudo, mais do que evitar sanções, a adequação às normas reforça o compromisso das empresas com a ética e a responsabilidade no tratamento de dados.
Portanto, as organizações devem compreender que a implementação de mecanismos como o Encarregado de Dados e um canal de atendimento eficiente não é apenas uma obrigação legal, mas também uma oportunidade para melhorar a relação com os clientes, construir confiança e demonstrar respeito pelos direitos fundamentais à privacidade e à proteção de dados.
A atuação da ANPD, alinhada ao Mapa de Temas Prioritários 2024-2025, evidencia que a garantia dos direitos dos titulares estará no centro das ações regulatórias nos próximos anos. Cabe às empresas reconhecerem a importância dessa agenda e adequarem suas práticas para se tornarem protagonistas de uma cultura de proteção de dados no Brasil.
Por: Ronald Feitosa, Sócio-Diretor.
Sócio-Diretor
Há 11 anos, componho no IGSA a minha história profissional, buscando aprimorar a prestação de serviços na área Cível. Com o tempo, passei a trabalhar com o consultivo e contencioso cível estratégico, apresentando soluções eficazes para os clientes, sempre com empatia e comprometimento.
O dia a dia profissional foi acentuando meu caráter resiliente pela busca incessante de soluções jurídicas que atendam às particularidades dos nossos clientes para atendê-los conforme suas necessidades.
Sou criterioso em aplicar liderança com empatia, pois acredito que o advogado é um agente de transformação da sociedade, devendo buscar não só o resultado, mas também atingir os critérios do que é justo. Nos últimos anos, tenho me dedicado ao estudo da área do Direito Digital e Proteção de Dados Pessoais, atendendo clientes de diversos setores e portes na área de privacidade, além de acompanhar o desenvolvimento do escritório IGSA na cidade de São Paulo/SP.