A gestão de hospitais no Brasil enfrenta uma série de desafios, especialmente relacionados à eficiência na alocação de profissionais de saúde e à limitação de recursos financeiros. Um dos mecanismos mais eficazes e legais para garantir a continuidade dos serviços de saúde sem onerar excessivamente o orçamento público é a contratação de cooperativas médicas.
No entanto, muitos gestores ainda têm receio de optar por esse modelo devido ao medo de eventuais fraudes associadas a cooperativas de trabalho, que, em alguns casos, operam de maneira irregular. É essencial, portanto, que se entenda a legalidade e a importância das cooperativas médicas sérias e como diferenciá-las de modelos fraudulentos.
A contratação de cooperativas médicas desempenha um papel crucial na manutenção da continuidade e qualidade do atendimento hospitalar, especialmente no contexto de hospitais públicos, que enfrentam restrições orçamentárias e de pessoal. Os benefícios são claros:
As cooperativas médicas são amparadas por um arcabouço legal robusto e podem ser contratadas por hospitais públicos de forma segura e transparente. A Lei nº 5.764/1971, que regulamenta as cooperativas no Brasil, define as cooperativas como sociedades de pessoas com objetivo de prestar serviços a seus cooperados, de forma autônoma e sem fins lucrativos.
Além disso, a Lei de Licitações nº 14.133/2021 permite que a administração pública contrate cooperativas, desde que cumpridos os requisitos legais e realizados os devidos processos licitatórios.
No entanto, a contratação deve observar os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme o artigo 37 da Constituição Federal. Quando esses princípios são seguidos, a contratação de cooperativas médicas é completamente legal e uma solução eficiente para a gestão de recursos públicos na área da saúde.
Infelizmente, o Brasil tem um histórico de casos de cooperativas de trabalho fraudulentas, que operam como empresas de terceirização disfarçadas, com o objetivo de burlar a legislação trabalhista e reduzir custos de maneira irregular. Essas cooperativas fraudulentas não seguem os preceitos legais das verdadeiras cooperativas e acabam prejudicando tanto os trabalhadores quanto o sistema público.
Por isso, é essencial que os gestores de saúde saibam diferenciar cooperativas médicas sérias das fraudulentas. Aqui estão algumas dicas práticas para garantir que a contratação seja feita com uma cooperativa legítima:
Diante da legalidade e da importância das cooperativas médicas, é possível afirmar que a contratação desse modelo para hospitais públicos é uma solução segura, eficiente e econômica para garantir a continuidade do atendimento à população, especialmente nas regiões carentes de profissionais de saúde.
Texto veiculado no Portal Focus: https://focuspoder.com.br/cooperativas-medicas-legalidade-importancia-e-seguranca-juridica-para-hospitais-por-camilla-goes/
Por: Camilla Góes, Sócia-Diretora.
Sócia-Diretora
Sou advogada, sócia do escritório Imaculada Gordiano, entusiasta da inovação jurídica e do aperfeiçoamento das relações humanas em prol do progresso coletivo, inclusivo e seguro. Ao longo de mais de 10 anos de advocacia, pude participar de grandes estruturações de negócios, metodologias de conformidade legal, gestão de crises e resolução de disputas comerciais no setor da saúde, aperfeiçoando minhas habilidades de mediação e negociação, sempre com foco na solução menos onerosa, íntegra e confiável.
Tenho muito orgulho de advogar para reconhecidas empresa médicas e hospitalares, que me confiam a criação de teses jurídicas vitoriosas e que são capazes de elevar suas participações no setor da saúde. Influenciada por grandes lideranças femininas, sempre assumi papel de protagonismo na condução de minha vida profissional, aprofundando meus conhecimentos jurídicos e de gestão corporativa para fomentar as inovações necessárias para as boas práticas empresariais.
Tudo isso aliado à paixão pelo Direito, que me levou a diferentes especializações e capacitações na área da saúde, desde o direito médico a gestão de riscos em ambientes hospitalares. No escritório, pude ainda desenvolver diferentes projetos que se transformaram em produtos e hoje são valores inegociáveis, como a diversidade e a sustentabilidade. E vamos para cada vez mais!