Conhecida como “O mal do século” pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é um dos problemas de saúde mental mais comuns e que mais sofrem preconceito dentro das relações de trabalho.
Nos últimos anos, tanto a depressão como os transtornos de ansiedade, têm sido uma das principais causas de afastamentos de empregados, gerando grandes despesas à Previdência Social, sendo ainda um assunto pouco debatido dentro das empresas.
Afinal, a sua empresa conversa sobre o assunto?
Em 2017, a ONU fez um levantamento dos fatores de risco para a saúde mental de trabalhadores e identificou que os principais são: assédio e bullying, excesso de trabalho, jornadas inflexíveis, ameaça de desemprego. Globalmente, mais de 300 milhões de pessoas sofrem com a depressão, principal causa de incapacidade, e mais de 260 milhões vivem com transtornos de ansiedade.[i] A OMS ainda identificou que os transtornos depressivos e de ansiedade custam 1 trilhão de dólares à economia global a cada ano em perda de produtividade.
Os números são assustadores para uma doença tão silenciosa. As empresas devem começar a olhar de forma mais altruísta para seus empregados e adotar estratégias que elevem o nível de saúde e bem-estar de seus empregados. Isso deve incluir prevenção, identificação precoce, apoio e principalmente a reabilitação.
Com os impactos da Reforma Trabalhista, tem-se visto a decadência de números de reclamações trabalhistas, mas percebe-se também que em quase todas as reclamações que agora surgem pós – reforma, elas possuem tema de assédio, doença laboral ou acidente.
Assim, as empresas precisam começar a se preocupar com a prevenção deste passivo de responsabilidade totalmente subjetiva, principalmente se houverem gestores envolvidos por práticas abusivas de controle e cumprimento de metas. Além dos custos com produtividade e aumento do turnover, também se cria uma insegurança com os demais empregados, pois não veem na gestão um apoio e amparo para realizarem seu trabalho, criando um receio de serem demitidos a qualquer tempo.
Medidas preventivas devem sempre ser vistas pelos gestores como bons investimentos. Criar diálogos, intervistas, mecanismos de anamnese com informações sociais, rodas de conversas sobre temas rotineiros, workshops sobre educação doméstica, incentivo à prática de esportes, etc., são alguns bons exemplos de práticas sem custos para empresas, mas que transcendem ao interesse pela vida social do seu empregado.
Mas ainda é preciso mais, o enfrentamento à situação. As empresas precisam criar esses ambientes de trabalho saudável, mas principalmente capacitar gestores para terem uma visão mais altruísta. É preciso que se crie mecanismos para proteger a saúde mental dos seus empregados e tenha subsídio para enfrentar eventuais reclamações trabalhistas de que o problema não se originou dentro do seu ambiente, muito pelo contrário, que a empresa sempre se esforçou para enfrentar problemas de saúde mental independentemente da causa.
Infelizmente, na prática, quando as empresas recebem atestados de empegados depressivos ou com transtornos de ansiedade, já o colocam na lista de desligamento, pois já taxam que ele será improdutivo e um possível reclamante. A depressão não é preguiça, não é tristeza, não é “corpo-mole”, não é uma dislexia. Ela é bem mais profunda e pode acontecer com qualquer um.
Os gestores precisam conhecer o seu ambiente de trabalho e também os seus empregados para que possam identificar quando alguém não está bem e precisa de ajuda, antes mesmo do empregado pedir. A empresa não deve esperar, pois o seu papel é manter uma relação harmoniosa com os empregados, devendo alertá-los frequentemente quais são os sintomas e que a organização está disposta a ajudá-los sem qualquer tipo de preconceito, inclusive com encaminhamentos ao INSS, caso o empregado precise de afastamento.
As empresas devem criar políticas de integração da saúde mental. Não adianta receber vários prêmios de melhor empresa para se trabalhar se não fizer dentro de casa uma mudança verdadeira sobre abordagens que ainda são tabus e impactam diretamente nos “lucros”, sem se preocupar com o seu maior bem: a mão-de-obra.
https://nacoesunidas.org/oms-empresas-devem-promover-saude-mental-de-funcionarios-no-ambiente-trabalho/
Por Tarcilla Góes, advogada da área Trabalhista.
Por: Saúde Mental do Empregado: de quem é a responsabilidade?, .
Conhecida como “O mal do século” pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é um dos problemas de saúde mental mais comuns e que mais sofrem preconceito dentro das relações de trabalho.
Nos últimos anos, tanto a depressão como os transtornos de ansiedade, têm sido uma das principais causas de afastamentos de empregados, gerando grandes despesas à Previdência Social, sendo ainda um assunto pouco debatido dentro das empresas.
Afinal, a sua empresa conversa sobre o assunto?
Em 2017, a ONU fez um levantamento dos fatores de risco para a saúde mental de trabalhadores e identificou que os principais são: assédio e bullying, excesso de trabalho, jornadas inflexíveis, ameaça de desemprego. Globalmente, mais de 300 milhões de pessoas sofrem com a depressão, principal causa de incapacidade, e mais de 260 milhões vivem com transtornos de ansiedade.[i] A OMS ainda identificou que os transtornos depressivos e de ansiedade custam 1 trilhão de dólares à economia global a cada ano em perda de produtividade.
Os números são assustadores para uma doença tão silenciosa. As empresas devem começar a olhar de forma mais altruísta para seus empregados e adotar estratégias que elevem o nível de saúde e bem-estar de seus empregados. Isso deve incluir prevenção, identificação precoce, apoio e principalmente a reabilitação.
Com os impactos da Reforma Trabalhista, tem-se visto a decadência de números de reclamações trabalhistas, mas percebe-se também que em quase todas as reclamações que agora surgem pós – reforma, elas possuem tema de assédio, doença laboral ou acidente.
Assim, as empresas precisam começar a se preocupar com a prevenção deste passivo de responsabilidade totalmente subjetiva, principalmente se houverem gestores envolvidos por práticas abusivas de controle e cumprimento de metas. Além dos custos com produtividade e aumento do turnover, também se cria uma insegurança com os demais empregados, pois não veem na gestão um apoio e amparo para realizarem seu trabalho, criando um receio de serem demitidos a qualquer tempo.
Medidas preventivas devem sempre ser vistas pelos gestores como bons investimentos. Criar diálogos, intervistas, mecanismos de anamnese com informações sociais, rodas de conversas sobre temas rotineiros, workshops sobre educação doméstica, incentivo à prática de esportes, etc., são alguns bons exemplos de práticas sem custos para empresas, mas que transcendem ao interesse pela vida social do seu empregado.
Mas ainda é preciso mais, o enfrentamento à situação. As empresas precisam criar esses ambientes de trabalho saudável, mas principalmente capacitar gestores para terem uma visão mais altruísta. É preciso que se crie mecanismos para proteger a saúde mental dos seus empregados e tenha subsídio para enfrentar eventuais reclamações trabalhistas de que o problema não se originou dentro do seu ambiente, muito pelo contrário, que a empresa sempre se esforçou para enfrentar problemas de saúde mental independentemente da causa.
Infelizmente, na prática, quando as empresas recebem atestados de empegados depressivos ou com transtornos de ansiedade, já o colocam na lista de desligamento, pois já taxam que ele será improdutivo e um possível reclamante. A depressão não é preguiça, não é tristeza, não é “corpo-mole”, não é uma dislexia. Ela é bem mais profunda e pode acontecer com qualquer um.
Os gestores precisam conhecer o seu ambiente de trabalho e também os seus empregados para que possam identificar quando alguém não está bem e precisa de ajuda, antes mesmo do empregado pedir. A empresa não deve esperar, pois o seu papel é manter uma relação harmoniosa com os empregados, devendo alertá-los frequentemente quais são os sintomas e que a organização está disposta a ajudá-los sem qualquer tipo de preconceito, inclusive com encaminhamentos ao INSS, caso o empregado precise de afastamento.
As empresas devem criar políticas de integração da saúde mental. Não adianta receber vários prêmios de melhor empresa para se trabalhar se não fizer dentro de casa uma mudança verdadeira sobre abordagens que ainda são tabus e impactam diretamente nos “lucros”, sem se preocupar com o seu maior bem: a mão-de-obra.
https://nacoesunidas.org/oms-empresas-devem-promover-saude-mental-de-funcionarios-no-ambiente-trabalho/
Por Tarcilla Góes, advogada da área Trabalhista.